EVOLUÇÃO DA ÁREA DE FEIJÃO TOTAL NO MATO GROSSO.

A área de produção de feijão tem crescido desde a safra 2006/07. Nos últimos 5 anos, houve aumento percentual de 36,55%, enquanto que os 10 últimos anos a área saiu de 30,5 mil hectares para 284,3 mil hectares. O feijão é produzido em 3 safras, sendo a primeira basicamente de feijão cores. Na segunda safra, observa-se a produção de feijão cores e caupi, e na terceira predomina o feijão cores.

Evolução da área de feijão total no Mato Grosso

A tradição de plantio no Mato Grosso é de feijão cores (carioca e preto, sendo este último em quantidade muito menor). Os fatores de produção são variáveis que têm relação com os riscos ao plantio de feijão. O uso do solo é realizado de forma extensiva, o que deixa a cultura suscetível a ataques de pragas e doenças (mosca branca e nematoides, por exemplo).

O manejo fitossanitário exigido implica aumento de custos, o que desestimula a cadeia produtiva. Os fertilizantes e defensivos são variáveis que impactam os custos. Outro fator é o uso da irrigação, destacando-se a elevação dos preços da energia elétrica. O aumento dos custos também está relacionado com a produção de feijão caupi (plantam-se mais de 4 variedades em Mato Grosso).

O feijão tem concorrência com outras culturas mais rentáveis, de menores riscos e que têm maior controle e resistência a pragas e doenças. Na região sul do estado, tem-se observado arrendamento por multinacionais de áreas irrigadas destinadas ao cultivo do feijão para multiplicação de sementes de milho.

Frisa-se que no estado o setor necessita de cultivares com características novas, com maior resistência às pragas e doenças, entre elas a fusariose e mosca-branca, e para áreas de pivô, cultivares resistentes ao mofo branco.

No que se refere ao aspecto do armazenamento, no Mato Grosso é comum a venda de feijão carioca no momento da colheita, ainda na unidade produtiva. Produtores têm utilizado Big Bag sem observar as condições necessárias para a conservação, o que tem prejudicado a qualidade do feijão.

No estado existem algumas empresas empregando tecnologia para conservar quantidade e qualidade significativa de sua produção, agregando assim maior valor ao seu produto, o que permite a elas optar por um momento mais favorável à venda ou comercialização. Existe o desenvolvimento de armazenagem com tecnologia de resfriamento e a construção de silos específicos para o feijão, processo que ainda necessita de melhor desenvolvimento, segundo informantes.

Com relação ao feijão caupi, sua produção é elevada na 2ª Safra (plantio que ocorre após a colheita da soja plantada em outubro). O armazenamento tem sido fator de risco, pois ainda não há estrutura montada para grandes quantidades. Há armazenamento sendo realizado em silos metálicos (50.000 sc) ainda com impurezas, resíduos e muitos com umidades excessiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS – FEIJÃO

A solução ou minimização dos problemas de redução da área de feijão tem relação direta com a necessidade de investimentos em pesquisas que tenham como fundo a redução dos ricos sanitário e de produção. Observa-se a necessidade de pesquisas para o combate aos problemas fitossanitários; desenvolvimentos de novas cultivares mais resistentes a pragas e doenças, mais produtivas, adaptadas à colheita mecânica e ao estresse hídrico; e de suporte a um sistema produtivo de tipos de feijão demandados pelo mercado exterior, dentro de rentáveis nichos de mercado.

Outro aspecto importante é o desenvolvimento de pacotes tecnológicos que suportem o aumento de produtividade e a redução de custos de produção, observando as características das regiões de plantio.

Outro fator fundamental para a retomada da produção de feijão são os investimentos em tecnologia para a guarda e a conservação da qualidade de feijão, oferecendo meios para o produtor melhor escolher o momento mais favorável para a venda de sua mercadoria.

Em virtude do plantio do feijão com o uso de grãos, torna-se imperioso estudos a respeito da normatização e procedimentos para a inclusão dos produtores de feijão no seguro rural.

Considerando que a cultura exige rapidez no processo de venda dadas as características exigidas pelo mercado, é essencial a participação do Estado no processo de comercialização, com instrumentos que ofereçam garantia de preços, evitando prejuízos aos produtores dessa cultura.

FONTE: CONAB – Compêndio de Estudos CONAB (V.1, 2016).