Datagro aponta viés de baixa na produtividade da safra 22/23

Os contratos futuros do açúcar fecharam a última sexta-feira (4) em alta em todos os lotes das bolsas de Nova York e Londres. A commodity continua surfando a onda de alta do petróleo devido à invasão russa na Ucrânia e os elevados preços do petróleo, o que favorece um maior direcionamento da cana-de-açúcar para a produção de etanol no maior produtor mundial: o Brasil.

Em Nova York, na ICE Future, a sexta-feira (4) foi de valorização em todos os lotes. No vencimento maio/22 o açúcar bruto foi comercializado a 19,35 centavos de dólar por libra-peso, alta de 42 pontos no comparativo com os preços do dia anterior. Já a tela julho/22 subiu 37 pontos, negociada a 19,09 cts/lb. Os demais contratos subiram entre 6 e 36 pontos.

Açúcar branco

Em Londres o açúcar branco também fechou em alta em todos os vencimentos. O contrato maio/22 foi contratado a US$ 532,30 a tonelada, valorização de 10,10 dólares no comparativo com os preços de quinta-feira. Já a tela agosto/22 subiu 10,70 dólares, negociada a US$ 519,10 a tonelada. Os demais lotes subiram entre 3,60 e 9,10 dólares.

Mercado doméstico

No mercado interno a sexta-feira também foi de alta pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP para o açúcar cristal. A saca de 50 quilos foi negociada na sexta-feira a R$ 135,30, contra R$ 132,99 da véspera, valorização de 1,74% no comparativo entre os dias.

Datagro estima viés de baixa

Em entrevista para a Reuters, o presidente da Consultoria Datagro, Plínio Nastari destacou que a produção de cana-de-açúcar na safra 2022/23, que começa oficialmente em 1º de abril em toda a região centro-sul do Brasil, deverá ser de 562 milhões de toneladas, recuperando a temporada anterior que deve fechar em 525 milhões de toneladas, quando o setor enfrentou alguns episódios de geada e seca prolongada.

Nastari, no entanto, destacou, que o setor vive um viés de baixa produtividade para o novo ciclo que começa nas próximas semanas, devido à escassez de chuvas regulares em alguns estados, como no Mato Grosso do Sul, Paraná e algumas regiões de São Paulo. “A safra passa de 525 para 562, mas com viés de baixa, porque não está chovendo nessas últimas semanas, e é um momento crítico (para o desenvolvimento). Tem armazenamento hídrico no solo, mas precisa voltar a chover”, afirmou Plínio Nastari à Reuters.

Fonte- AgroLink
Por- UDOP-BIOENERGIA