Cultura do Milheto

O milheto (Pennisetum glaucum) é uma gramínea anual de verão, originária da África, que vem apresentando grande potencial forrageiro pelo alto valor nutritivo, podendo ser utilizado sob a forma de pastejo, capineira, feno, silagem e grãos, tanto para vacas de cria quanto para recria e/ou engorda de bovinos de corte.
Uma das opções capazes de aliviar o problema da escassez de forragem no Brasil seria a sua semeadura na primavera, quando apresenta maior produção de massa verde ou no outono, com menor produtividade. Por ser uma planta mais resistente a períodos mais prolongados de déficit hídrico, constitui-se em uma excelente opção para o período de transição final das águas-início da seca, quando a pastagem já apresenta queda na disponibilidade de forragem.

 

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O milheto é uma planta que se adapta a solos de baixa fertilidade. No entanto, apresenta alta resposta em produção de matéria seca em solos mais férteis ou adubados. Uma cobertura nitrogenada, por exemplo, pode contribuir para aumentar a produtividade e a qualidade de matéria seca; além de incrementar a produção de grãos e estender o período de pastejo, quando esses forem os objetivos.

Um dos principais fatores que limita a implantação de milheto em algumas regiões brasileiras é a baixa temperatura do solo e do ar, em certas épocas do ano (exemplo do sul do Brasil). Para uma boa germinação das sementes, a temperatura média do solo deve ser superior a 20ºC. Além disso, deve haver umidade suficiente para a emergência das plântulas. Em locais com temperaturas do solo muito abaixo de 20ºC, as sementes não germinam.

Semeadura do milheto

A semeadura é realizada a lanço na maioria das situações, principalmente em áreas sob silagem, em que um mesmo implemento realiza a escarificação (quando necessária), faz a distribuição das sementes e seu enterrio. A semeadura a lanço é indesejável, uma vez que causa o revolvimento do solo, mesmo que brando. Além disso, a utilização de semente chega a ser quase o dobro, comparado à semeadura em linha. Deve-se dar preferência em utilizar a semeadura em linha, para evitar qualquer tipo de revolvimento do solo (ideal para áreas sob produção de grãos). Nesse caso, pode-se empregar 18 a 20 kg/ha de sementes (com espaçamento de 20 a 30 cm entre linhas), no caso de pastejo. Pode-se também utilizar de 12 a 15 kg/ha de sementes, no espaçamento entre linhas de 40 a 60 cm, para produção de grãos ou sementes. A profundidade de semeadura recomendada é de 2 a 4 cm (Kichel & Miranda, 2000).

Nas áreas em que o milheto é pastejado em parte do período, os animais devem ser retirados em tempo suficiente para produção de palhada para o plantio direto. Nas áreas em que será semeado milho em sucessão ao milheto no sistema de plantio direto, a dessecagem deverá ser realizada cerca de 20 a 25 dias antes do plantio, para permitir que a cobertura vegetal seque, dando condições de boa plantabilidade. Além disso, a dessecação com antecedência permite que possíveis pragas (lagartas) presentes na cultura do milheto e, importantes na cultura do milho, desapareçam.

A palha do milheto apresenta alta relação C: N (carbono: nitrogênio) e, portanto, pode haver deficiência de N na cultura do milho, caso a adubação nitrogenada de plantio não seja suficiente para satisfazer a demanda do milho e dos microrganismos, decompositores da palha. Dessa forma, quanto mais seca estiver a palha, melhor será a plantabilidade e menor a probabilidade de ocorrência de problemas nutricionais referentes ao N e de pragas na cultura do milho.

FONTE: http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=21