Prêmios estão reduzidos nos EUA, demanda pela soja norte-americana com chineses concentrados no Brasil e demais compradores não conseguiram compensar na mesma medida. Pressão da nova safra americana é intensa, mas preços estariam ao menos mantidos com uma colheita cheia, sem ambiente para novas perdas muito agressivas.

Nesta sexta-feira (24), Tarso Veloso e Matheus Pereira, da ARC Mercosul, conversaram com o Notícias Agrícolas diretamente de Champaign, em Illinois, para trazer informações a respeito da safra de soja e milho norte-americana.

Veloso e Pereira, que passaram por estados como Illinois, Iowa e Indiana, observaram alguns problemas pontuais apenas no milho – mas a maior parte da safra, segundo eles, está boa. Eles lembram que, no ano passado, houve uma situação com problemas mais graves, mas já que o país tem dimensão continental, acabou sendo uma safra recorde e saudável, em termos generalizados.

O último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe números importantes para a soja que podem levar a produtividade para um patamar recorde ou próximo ao recorde. O milho, que tem colheita entre o final de agosto e o início de setembro, ainda pode ter uma discussão para cima ou para baixo, mas a soja se torna uma unanimidade.

As estimativas da ARC Mercosul dão conta de uma produtividade de 52 bushels por acre para a soja e de 183 bushels por acre para o milho. Em paralelo, também ocorre o Crop Tour da ProFarmer, que também mostra números elevados de produtividade e uma contagem de vagens bem maior do que no ano passado. Logo, o potencial desta nova safra se mostra interessante, com um teto produtivo bastante alto. A única coisa que poderá reduzir será possíveis problemas na colheita – contudo, não há nenhum sinal de que isso possa ocorrer.

EUA Safra 2018/19 - Trajeto de Naperville, Millbrook, Magnolia/Illinois        EUA Safra 2018/19 - Trajeto de Naperville, Millbrook, Magnolia/Illinois

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O mercado na Bolsa de Chicago já precificou essa safra recorde, bem como também caiu bastante em função da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Fundamentalmente, os analistas acreditam que os preços deveriam estar mais próximos de US$10/bushel, mas os prêmios, dada a situação, influenciaram mais nos preços do Brasil. Agora, o mercado segue em transição, em busca da demanda. Para reagir na CBOT, os Estados Unidos terão de exportar sua soja.

Os produtores norte-americanos, em média, estão perdendo R$1000 por hectare por conta da guerra comercial. Com os subsídios prometidos pelo governo, o produtor de soja poderá receber US$1,65/bushel que colher e vender, enquanto, para o milho, esse subsídio deve ser de US$0,01/bushel.

As exportações brasileiras, por sua vez, estão chegando no teto. O que fez a oferta cair foi a greve dos caminhoneiros e a tabela dos fretes. O ritmo poderia estar muito maior, mas ainda é previsto que o país exporte tanta soja que o mercado interno fique disputado. O conselho aos produtores, portanto, é de aproveitar os preços e ir travando a safra nova enquanto podem.

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EUA Safra 2018/19 – Trajeto de Naperville, Millbrook, Magnolia/Illinois – Fotos: AgResource Mercosul

Fonte: Noticias Agrícolas