O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Brasil pode alcançar o recorde de 1,025 trilhão de reais em 2021, estimou o Ministério da Agricultura nesta segunda-feira (15/12), em projeção preliminar que conta com bom desempenho tanto das lavouras quanto do setor de carnes no ano que vem.

A expectativa é que a agricultura represente uma alta de 18,2% em relação a 2020, com 707,7 bilhões de reais. A produção pecuária deve avançar 10,7%, para 317,5 bilhões.

“Milho e soja continuam apresentando crescimento. Além desses, cacau, arroz, trigo, carne bovina e carne suína”, disse a pasta em nota.

Em destaque, o faturamento previsto para a soja é de 328,6 bilhões reais; para o milho, de 112,8 bilhões de reais; e para carne bovina outros 139,9 bilhões de reais.

Na área de grãos, a oleaginosa é beneficiada pela perspectiva de safra recorde em 2020/21 e firme demanda externa. O milho deve ter aumento de área plantada na segunda safra, em vista de elevados patamares de preço pagos pelo cereal.

Já nas carnes –cujos VBPs podem atingir máximas históricas no bovino, suíno e no frango em 2021– segue a projeção de firme demanda externa vinda da China, em decorrência dos efeitos da peste suína africana nos plantéis do país asiático desde 2018.

Apesar dos resultados gerais positivos, algumas culturas de ampla relevância para o agronegócio brasileiro têm queda no valor de produção previsto para 2021. É o caso do algodão, café, cana-de-açúcar e laranja.

O algodão pode recuar 4,1%, para 50,69 bilhões de reais, com alguns produtores desistindo de plantar a pluma para apostar na soja ou no milho safrinha em 2020/21.

Cana, café e a citricultura foram três atividades afetadas pela forte seca que atingiu as lavouras do país neste segundo semestre. O VBP do café está estimado em baixa de 5,8%, seguido pela retração na cana (3%) e na laranja (2,8%)

O Ministério da Agricultura ainda estimou o VBP de 2020 em 885,8 bilhões de reais, alta de 15,1% no comparativo anual. As lavouras tiveram um acréscimo de valor de 19,2% e a pecuária, 7,3%.

“O mercado internacional mostra-se atrativo devido à taxa de câmbio favorável e ao crescimento da demanda mundial de produtos da agropecuária”, disse em nota o coordenador geral de Avaliação de Políticas e Informação da pasta, José Garcia Gasques.

Fonte- Portal AgroNotícias