Já é o terceiro cultivo em representatividade para a indústria de agroquímicos
A cana-de-açúcar movimentou USD 1,67 bilhão em agroquímicos no ano fiscal de 2022 no Brasil, revelou a consultoria Kynetec, conforme noticiado pelo portal especializado AgroPages. De acordo com novo estudo FarmTrak, esse resultado representou uma alta de 33% ante o ciclo anterior, quando foram movimentados USD 1,263 bilhão.
A cana-de-açúcar é o terceiro cultivo em representatividade para a indústria de agroquímicos no Brasil, atrás apenas da soja e das duas safras de milho cultivadas no país. A pesquisa envolveu entrevistas presenciais com 500 produtores de usinas e fornecedores da matéria-prima, em 243 cidades, de outubro último a janeiro deste ano.
Os herbicidas corresponderam a 55% do desempenho da indústria: saltaram 40%, para USD 921 milhões, contra USD 656 milhões de 2021. Já os inseticidas, responsáveis por 37% dos negócios, avançaram 23%, de USD 497 milhões para USD 613 milhões.
De acordo com a Kynetec, o crescimento do mercado em dólar se deu pelo aumento no custo de alguns produtos e maior número de aplicações. Segundo o coordenador de inteligência de mercado da Kynetec, Vitor Hugo Leite, o segmento de inseticidas constitui o grupo de produtos que mais cresce em termos relativos, safra após safra.
“A área tratada por esses insumos quase dobrou de 2015 a 2022, de 12,6 milhões de hectares para 23,4 milhões de hectares. Houve ainda acréscimo relevante no uso de produtos biológicos”, afirmou ele. De acordo com Leite, o aumento da importância agronômica das pragas broca-da-cana e cigarrinhas, além de insetos de solo como Sphenophorus, cupins e migdolus, tem levado os produtores da gramínea a intensificar tratamentos.
“Em valor de mercado, as cigarrinhas elevaram em 36% a demanda por inseticidas em 2022. As transações do subsegmento cresceram de USD 168 milhões para USD 228 milhões”, disse ele. O levantamento FarmTrak Cana-de-Açúcar apontou também que a área plantada com a gramínea permaneceu na faixa de 9,2 milhões de hectares.
Já a área total tratada (PAT) por defensivos agrícolas no ano fiscal de 2022, destaca a Kynetec, ficou aproximadamente 23% acima da safra anterior: 79 milhões de hectares, contra 64 milhões de hectares. Conforme a Kynetec, os fungicidas figuraram na terceira posição do ranking de agroquímicos da cana. Tais produtos equivaleram a 4% do mercado total: USD 61 milhões, número 32% maior comparado a 2021 (USD 46 milhões).
Reguladores de crescimento e outros produtos – adjuvantes, redutores de PH, inoculantes e óleos, sobretudo –, somaram 4% do mercado, totalizando USD 79 milhões. “Estes permaneceram estáveis de um ano a outro”, conclui Leite.
Fonte- Agrolink
Por- Leonardo Gottems
