88% das menções ao agronegócio em material didático do MEC não têm base científica

De acordo com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) precisa anular algumas questões que deturpam o que vem sendo feito no agronegócio. A instituição afirma que as práticas modernas de produção de alimentos no Brasil nada tem a ver com o que foi descrito nas questões, que chegaram a ser pejorativas.

“Em respeito ao objetivo do ENEM e à justa avaliação do nível de conhecimento dos estudantes que concluíram a educação básica, o Ministério da Educação (MEC) precisa anular as questões 70, 71 e 89 da prova aplicada no dia 5 de novembro, pois elas apresentam a moderna produção agropecuária brasileira de forma absolutamente equivocada, pejorativa e descolada de embasamento técnico-científico, induzindo estudantes ao erro e criando desinformação sobre uma atividade essencial para a sociedade brasileira”, diz a nota da entidade.

Um estudo recente da FIA vinculada à USP revelou que 88% das menções ao agronegócio em material didático do MEC não têm base científica. Isso ressalta a necessidade de correção na informação do governo. Além disso, a inclusão da afirmação sobre o agronegócio nas provas destaca um problema conhecido. Resolver esse problema exige mais do que anular questões do ENEM; o MEC precisa explicar como enfrentará a desinformação. Nesse cenário, a Abag pretende mobilizar entidades, universidades, pesquisadores e educadores para apoiar a atualização do conceito de agronegócio nas questões do ENEM e outros materiais educacionais do governo federal.

“Como exemplo de iniciativa nesse sentido, merece destaque o trabalho da associação De Olho no Material Escolar (deolhonomaterialescolar.com.br), que tem sido apoiada pela ABAG no desenvolvimento de conteúdos educacionais atualizados sobre o agronegócio, baseados em conhecimento científico e que estimulem perspectivas positivas para os estudantes, nas quais estão inseridos valores como respeito pelas pessoas e o respeito pelo meio ambiente”, conclui.

Fonte- Agrolink
Por- Leonardo Gottems