À medida que o Brasil avança na temporada de plantio, as atenções se voltam para as perspectivas climáticas e os desafios logísticos

À medida que o Brasil avança na temporada de plantio, as atenções se voltam para as perspectivas climáticas e os desafios logísticos que moldarão o destino da safra de soja e milho do país. Os modelos climáticos norte-americanos indicam boas notícias para a próxima semana, com a promessa de um volume substancial de chuvas no norte do Brasil. No entanto, a seca prolongada já deixou sua marca, especialmente no Mato Grosso, o principal estado produtor, onde algumas áreas já enfrentam a necessidade de replantio, enquanto em outras, o ciclo da cultura encurtou.

De acordo com a análise da Grão Direto, a incerteza climática paira sobre os agricultores, uma vez que a dependência das chuvas é fundamental para o sucesso da safra. Caso as chuvas não venham como o esperado, a necessidade de replantio aumentará com o passar dos dias, o que potencialmente atrasará ainda mais a evolução da safra brasileira.

Por outro lado, o programa de exportação de milho e soja brasileira tem mostrado crescimento constante. No entanto, os gargalos logísticos têm sido um obstáculo. O Brasil oferece produtos competitivos no mercado global, mas a infraestrutura limitada dificulta a movimentação eficiente das mercadorias, o que pode impactar negativamente a capacidade de atender à crescente demanda internacional.

Um ponto de destaque é a decisão da China de comprar soja americana com embarque previsto para fevereiro, mesmo quando os produtos brasileiros apresentam preços mais atrativos. Com o maior comprador de soja do mundo voltando os olhos para a oleaginosa americana, os prêmios de exportação brasileiros podem sofrer pressão, afetando a competitividade do mercado brasileiro.

Além disso, em 9 de novembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará o relatório WASDE, que é aguardado com grande expectativa. Dadas as adversidades climáticas enfrentadas pela safra brasileira, há uma crescente especulação sobre a possibilidade de uma redução no tamanho da safra de soja, o que pode influenciar os mercados globais.

É um cenário desafiador para a soja em Chicago, que pode enfrentar uma semana negativa, e isso tem repercussões no mercado físico brasileiro.

Fonte- Agrolink
Por- Aline Merladete