Os preços da soja começaram a quarta-feira (5)trabalhando bem próximos da estabilidade, do lado negativo da tabela e foram, ao longo do dia, intensificando suas baixas para encerrar com perdas de pouco mais de 6 pontos nos principais contratos. O novembro/18, que ainda é a principal referência para os preços neste momento, ficou em US$ 8,38, enquanto o março/19 ficou nos US$ 8,63 por bushel. As baixas, mais uma vez, são reflexo da proximidade da entrada da nova safra norte-americana no mercado e das condições favoráveis de clima para a conclusão dessa temporada no Corn Belt. Os índices de produtividade são muito bons e impressionam o mercado. Dessa forma, a pressão negativa continua sobre as cotações, ao menos no curto e médio prazo, como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities.

A continuidade da guerra comercial entre China e Estados Unidos e as negociações em torno do NAFTA também limitam as possibilidades de recuperação das cotações no mercado futuro norte-americano. A demanda pela soja norte-americana tem sido bastante forte por parte dos compradores extra-China e este tem sido, por outro lado, um importante fator de suporte para as cotações. No entanto, ainda insuficiente para trazer algum estímulo aos preços.

Como explica Araújo, porém, os chineses terão, em determinado momento, de se voltar para a oferta dos EUA para atender suas necessidsdes. “A China não tem como viver sem a soja norte-americana (…) o Brasil não tem 37 milhões de toneladas de excedente para exportar para os chineses”, diz.

Preços no Brasil

Resultado de imagem para Soja tem 4ª feira negativa em Chicago pressionada ainda pela chegada da nova safra dos EUA

No Brasil, os preços ainda são os melhores dos últimos anos para as referências nos portos do país, uma vez que segue aquecida a procura pela soja nacional – o que ajuda a manter os prêmios bastante elevados – e que o dólar segue acima dos R$ 4,10. Nesta quarta, porém, o dia foi de estabilidade para estes indicativos, refletindo as baixas da CBOT aliadas a uma ligeira correção no câmbio. Em Rio Grande, a soja disponível encerrou os negócios com R$ 91,50 e a referência para outubro em R$ 92,00, com baixas de 0,54% em ambos os casos. Já em Paranaguá, R$ 96,00 no disponível e R$ 86,00 para a safra nova, os dois indicativos com estabilidade. Já no interior, algumas praças de comercialização marcaram boas altas nesta quarta. Em São Gabriel do Oeste/MS, o ganho foi de 2,74% para R$ 75,00 e em Rio Verde/GO, de 1,35% para R$ 75,00 por saca. Em Cascavel, no Paraná, a alta foi de 1,9% para R$ 80,50.

 

Os negócios ainda seguem mais aquecidos para a soja disponível, uma vez que os preços remuneram de forma bastante atrativa os produtores brasileiros neste momento. Frente a isso, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) elevou sua estimativa para as exportações brasileiras de soja para um recorde de 76,1 milhões de toneladas, contra 73,5 milhões do número anterior.

Fonte: Notícias Agrícolas